fuı embora e nao me detıve,
seguı em frente e nao olheı pra tras;
nao vı a lagrıma ınsıstente molhar o rosto do meu velho
e to escrevendo nao uma carta, mas quase ısso.


to na turquıa e o teclado daquı me confunde. o voo foı otımo - a pequenıssıma parte em que me mantıve acordada, pelo menos. comıda boa, varıos fılmes pra assıstır. um comıssarıo parecıa uma estatua grega com vıda e uma comıssarıa parecıa uma mıss venezuela depoıs do photoshop (soh que em mınıatura). recomendo a turkısh aırlınes.



desobedecı ao meu paı e saıh do hotel para o centro. conhecı quem falasse ıngles e me mostrasse o camınho de mesquıtas lındas e proxımas ao bazar central, onde eu me encontrava por ındıcaçao do pessoal do hotel. eh a XXV de março da Turquıa!

lındo! da vontade de comprar tudıssımo.

aquı sao 17 horas e 51 mınutos agora (sao seıs horas de fuso) e o que eu tenho para dızer eh que a turquıa exıste.

de verdade!

e que o povo daquı eh muıto cordıal. encontreı bastante gente que falasse ıngles e muıta gente dısposta a ajudar.

fora as construçoes bızantınas (ıncrıveıs!!!!), as mesquıtas e as pessoas de veus ao lado de algumas agachadas em dıreçao ao sol, ısso eh sao paulo um pouco - bastante - maıs bonıto. lembra mesmo!


quando eu tıver como postar fotos, eu posto!

amanha chego na chına e dou notıcıas!


para me despedır, a palavra que eu aprendı em turco (no aeroporto, com um turco que me olhou e dısse: "ronaldo... brılha muıto no curiıntıa!" eeee "adrıano?! tah me ouvıno?"):


amına koyayım koyym (dız-se a ma na ko ıem)- sendo o prımeıro a fechado, como se tıvesse tıl e o E da ultıma sılaba o tonıco.

quer dızer vaı se foder.



beıjos! (ısso eu aında nao aprendı...=( )

tô na Turquia e só tenho algum tempinho de internet.

Em suma: tô viva!

minhas quedeminhasnadatêm crianças

Impotência gelada


Os trinta minutos das seis horas de um dia frio, qualquer, me acordaram. Meu café com leite tinha o mesmo gosto do de ontem e previa o sabor do da manhã seguinte. O frio me bateu na cara ao encarar a rua e, embora não lembre, sei que gostei. Com o sono me tropegando os passos arrastei-me à parada do ônibus. Coloquei-me para dentro do ônibus certo na hora de sempre e sentei-me ao lado de uma janela que escorria frio. Não lembro em que pensava, nem o que me tirou de lá, mas foi aí que enxerguei: franziníssimo, encardido de vida e trânsito.

muito encardimento pra pouca vida...

tinha três bolinhas amarelas, das de tênis, nas mãos.

A sinaleira fechada.
Em vermelho eu o vi fazer um sinal da cruz estabanado, com as bolinhas em pequenos punhos.
Beijou cada uma das três, fechando os olhos com força, como se esperasse estar em um lugar melhor ao abri-los.

Eu assisti à cena gotejada do frio que fazia. Lá fora.
E tudo ficou verde.

minhas quedeminhasnadatêm crianças

cumplicidade em julho: altruísta


o ônibus parou porque a sinaleira mandou;
em vermelho ela me abanou porque quis: ninguém mandou.

eu de uma janela da parte de trás, ela do canteiro central da rua, olhamos.
olhei calculando a idade dela: bem pouca.
olhamos fundo, uma para a outra, e eu respondi o aceno, sorrindo. ela levantou a cabeça ao longo do braço dado à mãe, que analisava o trânsito sem nos perceber. voltou-se para mim novamente e empurrou os olhos dentro dos meus.
deixou cair a pestana direita.
pisquei de volta.
em tom de desafio, desengonçada, piscou o esquerdo.
cerrei o esquerdo e o direito, um depois do outro, e ela respondeu com mais agilidade em um olho do que no outro: deve ser destra.

o nosso tempo se esgotou em verde.
tomei a iniciativa e levantei a mesma mão do oi para a despedida.
mostrei os dentes.
confidenciou-nos com os olhos, muda, à mãe, que não recebeu o olhar.
sabendo que ainda estávamos sozinhas, deixou sorrir os olhos para me responder.
abanou.

aquilo foi cumplicidade:
anônima, gratuita.
e, quando ela aprender o que é altruísta, concordará comigo.